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INTERPELAÇÃO ORAL

CHE SAI WANG

Aditamento de humanismo no âmbito do trânsito inteligente para as deslocações nas vias de Macau

 

O Governo tem-se empenhado na construção duma cidade inteligente, aplicando as tecnologias inteligentes em todas as vertentes da vida dos cidadãos, tais como o trânsito inteligente, cuidados de saúde inteligentes, etc. Segundo vários portadores de deficiência e idosos com mobilidade reduzida, o tempo do sinal verde nalguns semáforos é suficiente para as pessoas atravessarem, mas é demasiado curto para eles, cuja mobilidade é reduzida, pois se o passo for mais lento, o sinal muda antes de conseguirem chegar ao passeio. Tenho visto, com alguma frequência, o sinal do semáforo mudar quando os idosos ainda estão a meio da passadeira, e os idosos a levantarem o braço para pedir desculpa, continuando a atravessar a passadeira de forma cambaleante.

 

Em Hong Kong e Singapura, existem dispositivos para passar um cartão antes de se atravessar nas passadeiras, assim, os idosos e portadores de deficiência podem passar o seu bilhete de identificação nesses dispositivos para estender o tempo do sinal verde - Hong Kong instalou-os em 21 vias e Singapura em 1000 vias principais-, e o governo de Singapura até planeia instalar, até 2026, mais 1500 semáforos inteligentes nas zonas em que se concentram habitantes idosos. Em 2020, Shenzhen criou uma zona de demonstração para o desenvolvimento da cidade inteligente, e no“Bairro inteligente sem barreiras de Futian” os semáforos dispõem de tecnologia de inteligência artificial para reconhecer o andar das pessoas em situações mais vulneráveis e estender automaticamente o tempo do sinal verde, ou seja, identifica-se que há pessoas a atravessar de forma lenta e que precisam de ajuda, por forma a assegurar tempo suficiente para os peões atravessarem.

 

Da página electrónica da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) consta o seguinte sobre o trânsito inteligente: Sistema de detecção de circulação condicionada, Sistema Integrado de Detecção da Intersecção, Painéis de mensagens variáveis, sistema de sinais luminosos para aviso de saída de viaturas de emergência, sistema de detecção de excesso de velocidade, sistema de detecção de estacionamento ilegal, sistema de vídeo vigilância rodoviária, e semáforos para peões que funcionam em duas fases. Vários sistemas recorrem às tecnologias de imagem para registar e analisar dados dos respectivos visados. Contudo, parece que as tecnologias actualmente usadas visam principalmente aumentar a eficiência do trânsito, carecendo duma consideração humanística em relação às deslocações dos grupos em situações mais vulneráveis.

 

Pelo exposto, interpelo o Governo sobre o seguinte:

 

1. Nalgumas vias, o tempo do sinal verde é sempre insuficiente para os idosos e portadores de deficiência atravessarem, então, as autoridades chegaram a recorrer às tecnologias e dados do trânsito inteligente para analisar as zonas em que há mais deslocações de idosos e portadores de deficiência?

 

2. As autoridades devem ponderar criar, numa zona de Macau, uma área de demonstração da cidade inteligente, aplicando tecnologias e medidas de carácter experimental, por exemplo, extensão do tempo do sinal verde nas zonas em que há mais deslocações de idosos e portadores de deficiência. Vão ponderar fazê-lo?

 

3. Nas zonas mais movimentadas, tais como o Centro e a Zona Norte, a simples extensão do tempo do sinal verde para os peões pode resultar em engarrafamentos, paralisando a circulação dos veículos. A fim de melhor equilibrar as necessidades das diversas partes, as autoridades vão ponderar seguir a experiência das regiões referidas, ou seja, vão recorrer às tecnologias de imagem e ao reconhecimento via inteligência artificial para estender o tempo do sinal verde para os peões?

 

 

30 de Janeiro de 2024

O Deputado à Assembleia Legislativa da RAEM,

Che Sai Wang 

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