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2023-04-19    IAOD

José Maria Pereira Coutinho

“Será que a RAEM, consegue em três meses, recuperar os três anos de prejuízos, derivado da imposição de gravosas medidas pandémicas?”

 

Após três anos de imposição de gravosas medidas pandémicas, ainda são muito visíveis, os enormes “estragos” causados na qualidade de vida da maioria das pessoas, a eliminação de milhares de postos de trabalho, o desaparecimento de muitas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e o aparecimento do desemprego estrutural resultante das profundas mudanças ocorridas na indústria do jogo e que ao longo de décadas fora sempre um dos maiores empregadores e criadores de riqueza familiar.

 

Não há dúvidas, que a lenta recuperação económica afecta todos os residentes. Mas afecta ainda mais, as camadas mais vulneráveis, tais como os desempregados, os idosos, os idosos acamados, os deficientes, famílias monoparentais, as famílias com membros que necessitam cuidados especiais, os trabalhadores com doenças crónicas. Estes sofrem mais, devido à diminuição dos apoios dos seus familiares por muitos deles estarem desempregados.

 

Não há dúvidas, que os preços dos principais bens essenciais continuam a aumentar e os salários continuam estagnados ou foram mesmo reduzindo, devido ao batalhão de trabalhadores não residentes e não qualificados a exercerem trabalhos de “colarinho branco” que estão dispostos a trabalhar longas horas de trabalho com baixos salários, sem pagamento de horas extraordinárias, sem direitos e regalias. Perante este cenário, os residentes não têm outras alternativas senão fazer compras nas regiões adjacentes ou inclusivamente passar a residir além-fronteiras onde o custo de vida é muito mais barato.

 

Não há dúvidas, que aumentou, o número de pessoas, que para poderem sobreviver, se vêem obrigados transportar bens além-fronteiras. São cada vez mais pessoas, mais desempregados, mais idosos, mais mães solteiras, mais jovens desempregados, mais jovens que trabalham em regime de “part-time” e até mais menores a prestarem este tipo de serviços.   Estas pessoas transportam estes bens, porque precisam de transportar estes bens para ganhar algum dinheiro, e com este dinheiro poderem pagar todos os meses e pontualmente as rendas de casa, as amortizações bancárias e as dívidas pessoais contraídas durante o período de pandemia.

 

Neste momento, muitos jovens só conseguem trabalhos precários de entrega de comidas, produtos e encomendas e têm também de assumir elevados riscos face à imprevisibilidade e insegurança destes postos de trabalho. Neste Verão, cerca de três milhares de estudantes vão licenciar-se e estarão “automaticamente” desempregados e muitos deles provavelmente terão de prestar este tipo de serviços. Muitos talentos locais vão-se embora por falta de oportunidades nas suas áreas de especialidade, nomeadamente oportunidades de trabalho na indústria do Jogo e na função pública.

 

E é perante esta realidade, que a atribuição das oito mil patacas inseridas nos cartões electrónicos para consumo local e as sete mil patacas do Regime de Previdência Central não Obrigatório poderia de facto ajudar muitas famílias, que neste momento, ainda estão com enormes dificuldades financeiras fruto de três anos de pandemia e a imposição de gravosas medidas pandémicas que afectaram gravemente as empresas e a eliminação de milhares postos de trabalho.

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