2022-08-09    CE

José Maria Pereira Coutinho

"A discriminação negativa directa na distribuição dos apoios provenientes do erário público pertencente a todos os residentes de Macau"

Nos últimos três anos de pandemia, todos os residentes sem excepção, sofreram as suas consequências, uns sofreram mais, outros sofreram menos, mas todos sofreram. Dia a dia, aumenta o número de desempregados.

Devido à falta de transparência governativa e prévia auscultação dos cidadãos na distribuição dos subsídios, uns recebem, outros não recebem, uns são “filhos, outros são enteados”. Estas medidas criam descontentamento e divisões desnecessárias na sociedade que bem podiam ser evitadas se houvesse senso comum na repartição destes fundos públicos.

Será justo, que uma viúva com mais de oitenta anos de idade que vive sozinha com pensão de sobrevivência de três mil patacas, fique de fora dos apoios?  Será justo, que um casal de deficientes, ambos com doenças crónicas não recebam um avo de apoio dos 72.7 mil milhões de patacas aprovados há dias por este hemiciclo? E os idosos, os idosos acamados e desemparados, as domésticas que cuidam dos seus idosos e filhos menores e os cuidadores informais não merecem a atenção das autoridades competentes?

Será que, o Senhor Chefe do Executivo se esqueceu dos jovens desempregados que há mais de três anos não conseguem um emprego porque os seus postos de trabalho foram ocupados por muitos dos 165 mil trabalhadores não residentes, muitos exercendo trabalhos de colarinho-branco no sector bancário, seguradoras, construção civil, comércio alimentar, etc.?

Que Governo é este, que esqueceu da mulher monoparental com quatro filhos menores por sustentar, a viver numa casa arrendada e que no final do mês tem de pedir dinheiro aos familiares e amigos para pagar as despesas fixas e as despesas com os filhos menores, porque o ano escolar de Setembro, se aproxima rapidamente?

Senhor Chefe do Executivo, o que tem a dizer, a estes desfavorecidos?