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Exmo. Senhor

Dr. José Rocha Dinis

M. I. Director do Jornal Tribuna de Macau

 

  

Ofício Nº 715/ATFPM/2010 de 09.09.2010

 

 

No dia 8 de Setembro do corrente ano, foram publicadas no Editorial do prestigiado jornal, muito competentemente dirigido por V.Exa., referências ao nosso Presidente da Direcção, Dr. José Pereira Coutinho, que merecem, no nosso humilde entender, algumas clarificações perante os distintos leitores.

 

Faz muito bem V. Exa., recordar, no referido Editorial, que ao longo de décadas que aqui vivo, ´O Clarim´ distinguiu-se sempre do jornalismo feito pelos outros jornais portugueses pela ênfase colocada na análise e debate sobre variados aspectos do catolicismo, reforço da fé católica e divulgação dos eventos religiosos.

 

De facto, é verdade e muitos de nós, naturais de Macau, podemos confirmar estes factos. Mas também não podemos esquecer que “O Clarim” sempre foi um jornal interventivo e de crítica construtiva, mas nunca foi conformista, desde que foi criado, pelo saudoso Prof. Silveira Machado ex-Conselheiro das Comunidades Portuguesas.

 

Outra questão é saber se de facto, como V. Exa., afirma, peremptoriamente, a alteração da linha editorial de “O Clarim”, no sentido da opinião de V. Exa., um regresso a uma linha editorial assumidamente confessional” com ênfase colocada na análise e debate sobre variados aspectos do catolicismo, reforço da fé católica e divulgação dos eventos religiosos”, tem o acordo da “maior parte dos leitores e muitos dos quais ao longo dos últimos meses se mostravam surpreendidos com o rumo editorial generalista que o jornal tinha tomado.”

 

Não sabemos como V. Exa., conseguiu chegar a estas conclusões. Não tendo havido em Macau, quer recentemente, quer no passado próximo, quaisquer referendos sobre a matéria ou estatísticas credíveis, somente podemos presumir que seja uma opinião pessoal de V. Exa., e talvez possivelmente de mais meia dúzia de amigos próximos que acharam que a maior parte dos leitores ficaram surpreendidos.

 

Permita V. Exa., esta oportunidade para informá-lo que na sede da ATFPM, no Gabinete dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas e no Gabinete do Deputado, Dr. José Pereira Coutinho temos há muito tempo recebido como muita surpresa, muitos elogios da população de Macau pela assumida linha redactorial de “O Clarim”. Esta linha redactorial, talvez tenha sido uma voz incómoda para algumas pessoas ligadas a altas esferas governamentais quer nalgum privilegiado meio social.

 

Quanto à opinião de V. Exa., que “A intervenção de José Pereira Coutinho no processo revela bem o interesse que os jornais portugueses merecem ao ilustre deputado”, aproveitamos para agradecer em nome do nosso Presidente, Dr. José Pereira Coutinho, o facto de V. Exa. o considerar “ilustre”.

 

Mas todos os jornais de Macau em língua portuguesa, chinesa ou inglesa merecem-lhe interesse e respeito. Por que como deputado tem de cumprir a Lei Básica e a liberdade de imprensa, de informação e de estar informado está garantida nesta Lei.

 

Dentro destes princípios nunca interferiu, nem podia claro em respeito pela Lei Básica que tem cumprir, na linha editorial de qualquer meio de comunicação. Mas preza e tem defendido dentro dos mesmos princípios a liberdade de expressão que passa, também, pelo pluralismo dos temas abordados pela comunicação social.

 

Nesse sentido numa leitura imparcial do jornal “O Clarim” verifica-se que manteve a “análise e debate sobre variados aspectos do catolicismo, reforço da fé católica e divulgação dos eventos religiosos”, mas também analisou temas relacionados com a vida social de Macau várias vezes numa perspectiva própria e distinta de outros jornais, o que só enriquece a informação e o debate de ideias tão necessário na sociedade.

 

Por outro lado achamos que é natural que um jornal católico de referência como é “O Clarim”, o jornal mais antigo de Macau, aborde questões sociais de Macau e tome posições sobre elas.

 

A Igreja preocupa-se com os problemas de pobreza, exclusão social, doença, carência de serviços de saúde, educação e justiça. A igreja tem uma “opção preferencial pelos pobres” e as encíclicas são um exemplo disso.

 

Independentemente de concordarmos ou não com essa doutrina é um facto que a Igreja observa, analisa, reflecte e pronuncia-se sobre os problemas da sociedade. O que não lhe é muito comum é falar de desporto, um dos temas que vai substituir a política local. Será, portanto, muito estranho que ela se venha a debruçar sobre o desporto e mantenha silêncio sobre os problemas políticos, económicos, e sociais, nomeadamente laborais.   

 

Por último, se me permite, gostaríamos de poder enviar uma mensagem de apreço ao Director de “O Clarim” e a todos quantos trabalham no jornal pelo bom trabalho que têm feito ao longo dos anos.

 

Finalmente, endereçamos a V. Exa., Senhor Director, os nossos sinceros agradecimentos pela publicação deste presente esclarecimento.

 

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau aos 09 de Setembro de 2010.

 

 

Pela Direcção

 

 

Leong Veng Chai

Vice Presidente

 

 

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